Segurança do Paciente e Cultura de Segurança
A segurança do paciente, um componente fundamental da qualidade de cuidados de saúde pode ser entendida como a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde¹. Os danos podem ser de vários tipos, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, incapacidade e morte. Por outro lado, os incidentes de segurança são eventos ou circunstâncias que poderiam ter resultado, ou resultaram, em dano desnecessário ao paciente². Portanto, segurança do paciente não é nada mais nada menos que a redução dos atos inseguros nos processos assistenciais e o uso das melhores práticas descritas de forma a alcançar os melhores resultados possíveis para o paciente³.
Já a cultura de segurança, é um desafio a ser alcançado por todas as organizações de saúde na atualidade, e pode ser definida como o produto de valores, atitudes, competências e padrões de comportamentos individuais e de grupo, os quais determinam o compromisso, o estilo e proficiência da administração de uma organização saudável e segura4.
Alcançar a cultura de segurança requer um entendimento de valores, crenças e normas sobre o que é importante em uma organização e que atitudes e comportamentos relacionados a segurança do paciente são suportados e esperados5.
A qualidade da assistência do paciente resulta a partir de um atendimento seguro, que envolve comprometimento da instituição e de seus gestores em identificar esta necessidade e estabelece-la como foco de sua organização, conhecendo suas dificuldades e desafios na prestação do cuidado. A capacidade de uma instituição em obter resultados da segurança do paciente pode ser melhorada quando se cria e se estabelece a cultura da segurança entre os seus profissionais”, onde os mesmos exercem suas atividades com foco no cuidado seguro, com maior eficácia e redução dos riscos6.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que que todos os anos, dezenas de milhares de pessoas sofrem danos desnecessários causados por serviços de saúde inseguros¹, e as consequências acarretam prejuízos nos resultados clínicos e funcionais dos pacientes, insatisfação da população usuária e custos desnecessários para os serviços de saúde e o sistema. Todas essas evidencias corroboram a necessidade da preocupação em melhorar a qualidade da assistência prestada nas organizações de saúde no mundo todo.
- ANVISA 2015;
- Sherman et al, 2009;
- WHO, 2009;
- Health em safety Comission, 1993 apud Reis, CT; Martins, M; Laguardia, J, 2013;
- Sorra et al apud Paese e Sasso, 2013;
- Paese e Sasso 2013.